quarta-feira, 22 de julho de 2009

Ultima Parada 174



Bom galera,ontem a noite vi o filme,e minha mãe ficou até meia constrangida e pediu pra que eu mandasse os meus sobrinhos saíssem da sala...sabe como é o cinema nacional né?!Ja na primeira cena é um tal de porra!Caralho!Vai tomar no cu sua vadia!e daí pra lá....só que porra,o filme só retratou realidade...o mesmo conta a história de Sandro, um menino de rua que perdeu sua mãe ainda quando pequeno, criado por uma tia, foge para o centro do Rio de Janeiro, cresce em frente da igreja da Candelária, escapa do conhecido massacre da candelária e, por fim, acaba envolvido em um seqüestro transmitido ao vivo pela TV e que acabou, tragicamente, com a morte da refém e dele próprio.

Diante de um filme deste tipo, que trata da violência, da criminalidade, e que expõe as feridas mais difíceis de serem tratadas na nossa sociedade – as que envolvem a vida dos meninos e meninas de rua, invariavelmente, ao fim, levantamos a mesma pergunta: de quem é a culpa?

Por traz deste raciocínio está um hábito mental que nos persegue, aquele que sempre nos impele a pensar de forma causal. Em outras palavras, sempre buscamos, linearmente, uma causa para um efeito.

Queridos filhos. A vida não é assim. Muito pelo contrário. Uma das virtudes deste filme é que vocês podem, muito claramente, perceber a variedade de causas externas – e mesmo as escolhas individuais feitas por Ale, para transformá-lo no que, efetivamente, ele se transformou.

É claro que há uma parcela de responsabilidade no Estado, na família, nos amigos, nas escolhas que ele fez, etc., etc. Mas, afinal, na vida, encontramos uma enorme gama de “causas” que acabam de, inclusive por meio de nossas próprias escolhas, nos transformando no que somos.

Aprendam, portanto, uma primeira lição: não existem efeitos resultantes de uma única causa, portanto, não percam tempo procurando o culpados pelos problemas que vocês enfrentam.

Dito isto, tenho uma segunda sugestão para vocês: não se prendam ao passado como se ele pudesse determinar o que vocês são agora, no presente. Muito pelo contrário, deixem que o que vocês querem para o futuro, determine as escolhas que vocês farão hoje. Em outras palavras, que seus sonhos sobre o futuro determinem as escolhas que vocês fazem hoje.

Por fim, acredito que se pudéssemos generalizar esta postura e viabilizar que as famílias, as cidades e o Estado escolhesse para hoje as posturas mais adequadas e que garantissem o futuro de nossas crianças, ou seja, se fôssemos – enquanto pais e cidadãos, mais responsáveis, certamente não teríamos que assistir o desfecho do seqüestro do ônibus 174!

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